3. À primeira vista, não há o que pareça tão profundamente variado, nem tão essencialmente distinto, como as diversas substâncias que compõem o mundo. Entre os objetos que a arte ou a natureza nos fazem passar diariamente
ante o olhar, haverá duas que revelem perfeita identidade,
ou, sequer, paridade de composição? Quanta dessemelhança, sob os aspectos da solidez, da compressibilidade, do
peso e das múltiplas propriedades dos corpos, entre os gases atmosféricos e um filete de ouro, entre a molécula aquosa
da nuvem e a do mineral que forma a carcaça óssea do
globo! que diversidade entre o tecido químico das variadas
plantas que adornam o reino vegetal e o dos representantes não menos numerosos da animalidade na Terra! Entretanto, podemos estabelecer como princípio absoluto que todas as substâncias, conhecidas e desconhecidas, por mais dessemelhantes que pareçam, quer do ponto
de vista da constituição íntima, quer pelo prisma de suas
ações recíprocas, são, de fato, apenas modos diversos sob
que a matéria se apresenta; variedades em que ela se transforma sob a direção das forças inumeráveis que a governam.