Um espírita ao seu espírito familiar - Estâncias
Oh! Tu que à minha tristeza
Olhas com terna piedade!
Oh! Tu que à minha fraqueza
Dás o apoio da amizade!
Espírito, gênio ou flama,
Suspende teu voo aos céus;
Fica e esta minha alma inflama,
Oh! Conselheiro entre os véus!
Enviado da Providência,
Sábio intérprete da Lei,
Fala, que escuto em paciência:
Mestre, ensina e aprenderei.
Ainda há pouco eu duvidava,
A dúvida me afligia,
Teu sopro a sombra afastava
Dando-me a luz da alegria.
Assim, Deus, mestre adorável,
Antes Pai que criador,
Põe, com ternura inefável,
Um anjo na nossa dor.
Cada qual, ó maravilha!
Tem um celeste guardião;
Cada um tem na sua trilha
O amparo de oculta mão.
Doce anjo que me consola!
Irmão bendito entre os véus,
Contigo minha alma evola,
Que se evole para os céus!
Amo-te, anjo tutelar,
Sou feliz se as mãos nos damos,
Sigo-te, estrela a clarear
O céu para onde avançamos.
A. G.