Revista espírita — Jornal de estudos psicológicos — 1860

Allan Kardec

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PERGUNTAS SOBRE O GÊNIO DAS FLORES

(SOCIEDADE, 30 DE DEZEMBRO DE 1859. MÉDIUM, SR. ROZE)


1. (A São Luís): ─ Outro dia tivemos uma comunicação espontânea de um Espírito que disse presidir às flores e seus perfumes. Há realmente Espíritos que podem ser olhados como gênios das flores? ─ Essa expressão é poética e bem aplicada ao caso, mas, a bem da verdade, seria defeituosa. Não deveis duvidar que o espírito, por toda a Criação, preside apenas ao trabalho que Deus lhe confia. Assim deve ser entendida essa comunicação.


2. ─ Esse Espírito chama-se Hettani. Como tem um nome, se jamais encarnou? ─ É uma ficção. O espírito não preside, de maneira particular, à formação das flores. O espírito elementar, antes de passar à série animal, dirige sua ação fluídica para a criação vegetal. Esse ainda não encarnou; não age senão sob a direção de inteligências mais elevadas, que já viveram o bastante para adquirir o conhecimento necessário à sua missão. Foi um desses que se comunicou. Ele vos fez uma mistura poética da ação de duas classes de Espíritos que atuam na criação vegetal.


3. ─ Não tendo ainda vivido esse Espírito, mesmo na vida animal, como é tão poético? ─ Relede.


OBSERVAÇÃO: Vede a observação feita após a pergunta 24, no artigo sobre a Srta. Indermuhle.


4. ─ Assim, o Espírito que se comunicou não é o que habita e anima a flor? ─ Não, não. Eu vo-lo disse claramente: ele guia.


5. ─ Esse Espírito que nos falou esteve encarnado? ─ Esteve.


6. ─ O espírito que dá vida às plantas e às flores, tem um pensamento e a compreensão de seu Eu? ─ Nenhum pensamento e nenhum instinto.


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